O Bard era uma criação ambiciosa que se propunha a ser o chatbot mais sofisticado já lançado no mercado, usando modelos de linguagem avançados de processamento de linguagem natural (NLP) para entender a linguagem humana e fornecer respostas precisas e relevantes às perguntas dos usuários. No entanto, como mencionado anteriormente, o Bard foi lançado prematuramente, com resultados desastrosos.
Em um anúncio promocional para o produto, o Google cometeu um erro factual embaraçoso que rapidamente se tornou viral nas redes sociais, resultando em uma queda no preço das ações da empresa. O erro foi tão grave que levou a empresa a emitir um comunicado oficial pedindo desculpas pelo erro.
Além disso, os funcionários do Google também criticaram a empresa por lançar o Bard de maneira apressada e mal feita, sem dar tempo suficiente para o desenvolvimento e aprimoramento do produto. Isso levou o presidente da Alphabet, John Hennessy, a admitir que a empresa hesitou em lançar o Bard porque não achava que estava pronto para um produto ainda.
Cuidados
Esses problemas mostram que, embora a IA tenha feito avanços significativos nos últimos anos, ainda há muito trabalho a ser feito antes que a tecnologia possa ser confiável o suficiente para uso comercial. Embora o Bard tenha sido uma ideia ambiciosa, a empresa claramente subestimou o nível de dificuldade envolvido no desenvolvimento de uma tecnologia tão complexa.
Como afirmou Hennessy na conferência TechSurge, os chatbots de IA ainda estão em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Eles estão aprendendo a entender a linguagem humana e a fornecer respostas precisas e relevantes às perguntas dos usuários, mas ainda não são perfeitos. A indústria da IA está lutando com questões como toxicidade e correção, e ainda há muito a ser feito antes que a tecnologia possa ser considerada confiável o suficiente para uso comercial.
Uma das principais preocupações em torno dos chatbots de IA é o fenômeno conhecido como “alucinação”, no qual o modelo de linguagem gera respostas falsas, mas convincentes. Isso pode acontecer quando o modelo é treinado com dados imprecisos ou incompletos, o que pode levar a respostas incorretas.
Alucinação da IA
O caso do Bard mostra que a alucinação pode ser um problema real para os chatbots de IA, e destaca a importância de garantir que os modelos sejam treinados com dados precisos e de alta qualidade. Isso envolve a criação de conjuntos de dados bem anotados e a realização de testes rigorosos para garantir que o modelo seja capaz de fornecer respostas precisas e relevantes em uma variedade de situações.
Qual foi o erro do BARD?
Um GIF compartilhado pelo Google mostra o Bard respondendo a uma pergunta sobre o telescópio James Webb. A dúvida era sobre quais descobertas poderiam ser contadas a uma criança de 9 anos, mas houve um problema na resposta.
O Bard ofereceu três pontos no total, mas apenas dois estavam corretos. No terceiro, o bot disse que o telescópio tirou as primeiras fotos de um planeta fora do “nosso próprio sistema solar”. Na verdade, a primeira imagem de um exoplaneta foi tirada pela NASA em 2004, muito antes da missão espacial do James Webb.
Toxicidade
Outra questão importante é a toxicidade, ou seja, a tendência dos modelos de linguagem de reproduzir e amplificar preconceitos e estereótipos existentes na sociedade. Isso pode levar a respostas ofensivas e prejudiciais, o que pode ser especialmente problemático em aplicações que envolvem interações com usuários humanos.
Além disso, Hennessy destacou que os chatbots de IA ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento, o que pode explicar a hesitação do Google em lançar o Bard. Ele também alertou que, embora a tecnologia tenha avançado rapidamente, ainda há muitos desafios a serem enfrentados.
O problema de alucinação mencionado por Raghavan, em que os chatbots de IA podem gerar respostas falsas, mas convincentes, é uma questão muito real. Os chatbots de IA funcionam com base em uma enorme quantidade de dados e, embora possam parecer muito inteligentes, muitas vezes não conseguem distinguir entre fatos e ficção.
Isso pode ser problemático, especialmente em áreas onde a precisão é essencial, como saúde, finanças e segurança. Se um chatbot de IA fornece informações erradas em uma dessas áreas, pode ter consequências graves.
A questão da toxicidade também é um grande problema. Os chatbots de IA aprendem com as interações com os usuários, o que significa que podem ser influenciados por preconceitos e opiniões tóxicas. Isso pode levar a respostas inadequadas e ofensivas que não são apropriadas em um ambiente empresarial.
Os chatbots de IA também enfrentam desafios em termos de manutenção e atualização. Como eles são baseados em uma enorme quantidade de dados, a atualização desses dados pode ser demorada e cara. Além disso, a manutenção dos chatbots de IA pode ser complexa, o que significa que as empresas precisam de uma equipe técnica altamente qualificada para garantir que seus chatbots funcionem corretamente.
Em suma, embora os chatbots de IA tenham avançado rapidamente nos últimos anos, ainda há muitos desafios a serem enfrentados antes que possam se tornar uma parte integrante dos negócios. As empresas precisam ser cautelosas ao implementar a tecnologia e garantir que seus chatbots de IA sejam precisos, não-tóxicos e atualizados regularmente.
O Google aprendeu essa lição da maneira mais difícil com o Bard. Embora o chatbot tenha sido lançado como um veículo de demonstração, a empresa não conseguiu acertar em cheio. Com o Bard, o Google esperava competir com o ChatGPT da OpenAI, mas em vez disso, recebeu críticas por ser apressado e mal feito.
O erro factual embaraçoso mencionado no início deste artigo foi o seguinte: o anúncio promocional do Bard afirmou que o Telescópio Espacial James Webb da NASA havia sido lançado em 2002, quando na verdade, ele ainda não havia sido lançado na época. Quando um usuário perguntou ao Bard sobre o telescópio, o chatbot deu a resposta errada, o que levou a um grande escândalo e uma queda de 9% nas ações da Alphabet.
Conclusão
Em conclusão, o lançamento do Bard do Google mostrou que a tecnologia ainda tem um longo caminho a percorrer antes de ser considerada confiável e segura para uso comercial. Embora tenha sido promovido como uma ferramenta de demonstração, a expectativa da mídia e do público em geral era alta, e o Google claramente não estava preparado para atender a essas expectativas.
O erro factual embaraçoso no anúncio promocional do Bard não só gerou críticas e desconfiança, mas também afetou o valor das ações da Alphabet. Isso destaca o fato de que, quando se trata de tecnologia emergente, a precisão e a confiabilidade são essenciais para a credibilidade de uma empresa.
Os chatbots de IA ainda estão em seus estágios iniciais de desenvolvimento, e é importante que as empresas que trabalham com essa tecnologia reconheçam isso. A indústria precisa ter uma abordagem cuidadosa e responsável para garantir que os chatbots sejam desenvolvidos de forma a minimizar a toxicidade e outras questões problemáticas que possam surgir.
Embora a tecnologia de chatbot tenha um grande potencial para transformar a forma como interagimos com os computadores e outros dispositivos, é importante lembrar que a IA não é uma solução mágica para todos os problemas. Em vez disso, a tecnologia deve ser vista como uma ferramenta complementar aos esforços humanos, uma maneira de aprimorar e melhorar nossa interação com a tecnologia.
Embora o Bard possa ter sido um tropeço para o Google, é importante reconhecer que a empresa está fazendo progressos significativos no campo da inteligência artificial e está liderando a carga na criação de novas tecnologias que podem mudar o mundo. À medida que a tecnologia avança, é importante que as empresas sejam transparentes sobre os desafios e limitações que enfrentam, a fim de construir a confiança do público e continuar a inovar em áreas que possam realmente fazer a diferença.
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